quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Exuberante falta de racionalidade...

http://www.ft.com/cms/s/0/98f852a0-a4fa-11df-8d8c-00144feabdc0.html

Interessante artigo do FT hoje. Ficamos sabendo que os mercados cairam porque o mundo esta procupado com sinais de desaceleração da economia chinesa.
Quais sinais? O crescimento da produção industrial passou de 13,7% ao ano em Junho para 13,4% ao ano em Julho. Mais "grave" ainda: o crescimento dos ativos fixos urbanos passou de 25,5% em Junho para 24,9% em Julho. E isto mesmo. A China, segunda maior economia do mundo, esta crescendo a taxas estratosfericas, mas uma pequena variação nesta taxa provoca temores de recessão. Como diria meu filho João: "fala sério!".
A ação PN da Vale caiu 3,5% nos ultimos 5 dias quando as noticias acima confirmam que a demanda de minerio da China vai continuar em forte alta. Hoje economistas de bancos brasileiros externam preocupação de uma recessão provocada pela queda nas bolsas de ontem, ela mesma provocada, vale lembrar, pelo medo de uma recessão...."Fala sério..."
O mercado é mesmo como um pendulo...so passa de vez em quando pelo ponto de equilibrio, e a maior parte do tempo està em desequilibrio, isto é, errado.
Energia, commodities e infraestrutura são excelentes apostas. Se o mercado desequilibrar para baixo, vamos aproveitar para comprar em breve. Compartilharei minha seleção com vocês...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Por que não gosto muito de fundos mútuos

Vou logo esclarecendo que não me incomodam tanto os fundos monetários, tipo “renda-fixa” ou “DI” baseados em papeis do governo, pois seu NAV (Net Asset Value ou valor liquido do ativo) é transparente e seus ativos sofrem mais dificilmente problemas de liquidez.  Mas, para fundos com ativos mas voláteis (multi-mercados, ou fundos com ações/renda variável, commodities ou opções), as coisas são diferentes. Para estes, fujo dos fundos abertos, nos quais os cotistas podem resgatar suas quotas a qualquer momento, e prefiro os fechados, com data fixa para resgate...Eis porque.
O administrador, por melhor que seja, não controla seus clientes...Então vejamos...o mercado sofre uma queda, vários ativos perdem valor. O administrador preferiria não vender, pois sabe que a desvalorização é passageira. Mas os clientes entram em pânico e sacam. O administrador então é obrigado a vender ativos, pois deve pagar em dinheiro os resgates. Deveria vender todos os ativos em mesma proporção, mas não o faz por duas razões: 1/ certos ativos caíram muito e não tem boa liquidez, só da para vender os demais (se houver...) e 2/ o administrador reluta em vender os ativos que mais caíram pois significa tomar o maior prejuízo. Isto é particularmente verdade no caso de ações, onde a percepção do valor é mais subjetiva.
A conseqüência é que sobram no fundo os ativos mais desvalorizados. Você que não sacou na primeira hora, atendendo até a pedidos do seu banco ou do administrador, amarga o prejuízo.
É a mais pura ilustração da teoria do jogo...E neste caso também, jogo é vicio...
Um artigo de Greggory Brauer, da Universidade de Washington ( http://www.jstor.org/pss/2328326 ), ilustra, em vez da maior resistência na baixa como fizemos acima, a superioridade dos fundos fechados pela capacidade de aproveitar melhor as altas do mercado.
Em todo caso, falta uma atualização destes estudos a luz da recente crise para aperfeiçoar este debate!
Muito interessante o artigo do José Roberto Mendonça de Barros, Domingo no Estadão ( http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100808/not_imp591944,0.php ). Em síntese: o mundo vai melhor que se imaginava ha poucos meses. A Europa, dada como morta em maio, estaria hoje fora de perigo, mas condenada a crescer devagar (nada novo, portanto...). Os EUA estão hoje na berlinda pela mesma razão (crescimento lento).
Conclusão?
Os mercados maduros (Europa, EUA) vão trazer mais volatilidade do que crescimento nos próximos anos, pois estão sem vetores internos de crescimento. O crescimento econômico mundial esta nos Bric’s. E isto vai acabar significando menos volatilidade nos Bric’s, portanto menos risco e mais valorização. Os analistas e gestores de carteira dos EUA e Europa estão lentos a reconhecer este fato. E hora de se antecipar ao movimento e selecionar os papeis que mais podem se beneficiar. Voltaremos a este assunto...